(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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segunda-feira, maio 19, 2003



Ainda a proposito das greves:
Aprende-se que classicamente a esquerda é de acção e a direita de reacção. De outra maneira, a direita é mais de deixar as coisas como estão e a esquerda de mudar. No entanto, quem é que é mais conservador? Os governos de esquerda dos últimos anos em Portugal e em França foram do mais conservador possível (em termos precisamente de conservar a situação). O povo das manifs e das greves é de esquerda e eles não querem ofender as suas bases. E quem é que não muda ideias e processos com mais de um século? Se calhar a esquerda canta mais a internacional do que a direita o hino nacional. Hoje em dia a esquerda "revolucionária" continua demasiado utópica para o pragmatismo da direita "reformista", que é quem tem coragem para mudar as coisas que não estão bem.

Jorge Moniz às 14:28 |