(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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terça-feira, maio 06, 2003



Chuva fria lá fora, eu a abrir as prendas aos poucos para saborear o momento. Pelo meio vou engolindo o comprimido para a febre, vou aquecendo o jantar, o telefone vai tocando a espaços. Deito-me cedo por causa da dor de cabeça e o telefone ainda me chama algumas vezes: "Sim, ja' estava deitado. Não, não faz mal nenhum." Um aniversario diferente.
Às vezes há algumas prendas um pouco, digamos, impessoais. Ou um bocadinho ao lado do alvo. Mas desta vez foi tudo na mosca (ou, em francês, na mouche). Se calhar os amigos inspiram-se mais quando a distância é grande.

"só tinha estendido os braços à minha mãe quando era pequeno e ainda não tinha medo do significado de estender os braços às pessoas de quem gostava muito."
José Luís Peixoto

Jorge Moniz às 09:18 |