(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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quarta-feira, maio 21, 2003



O falso manuscrito.
Trata-se de uma técnica usada por alguns escritores que consiste basicamente em num prefacio o autor fingir que aquela historia lhe veio parar às mãos como sendo veridica e que ele, ou outra pessoa, a traduziu o melhor possivel. Foi com "O Nome da Rosa" que conheci o truque. E como não sabia que era truque ainda andei ali às aranhas a pensar que aquilo era veridico. Depois vi a mesma coisa no "Ultimo Cabalista de Lisboa" e soube que ja' ha' muito tempo a técnica é usada: por exemplo no D. Quixote, que supostamente é baseado num manuscrito arabe.
Na "Trilogia de Nova Iorque" que ando a ler agora, o Paul Auster fala do assunto e, na primeira historia, recorre a algo semelhante. A partir do meio eu ja' estava a perceber tudo, sou o maior! Quando cheguei às ultimas paginas, o gajo trocou-me as voltas e nas ultimas linhas abriu um novo mistério!!! Talvez as outras duas historias tenham algo a ver, ainda não sei nada.

Jorge Moniz às 15:20 |