(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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quarta-feira, maio 21, 2003



Original.
Ontem, durante o meu jogging no Parc Monceau. Ouço os passos de alguém que se aproxima para me ultrapassar. Mas não ultrapassa: fica a meu lado.
- Boa tarde.
Viro-me:
- Boa tarde. – é um rapaz da minha idade com uma pesada mochila às costas.
- Posso acompanhá-lo durante 2 minutos? Depois não o incomodo mais. Chamo-me Julien e estou a trabalhar para a Nike.
Estou tramado. Vai-me tentar vender alguma coisa e isto aqui não é a Rua Augusta em que sigo em frente: estamos a correr lado a lado.
- Estamos a fazer uma promoção para um encontro que vai haver na próxima quinta-feira com o Benoit Z., não sei se conhece, ganhou a Maratona no ano passado. – sim, conheço. Este ano ficou em 2º e eu estava lá à chegada. – Vai ser na loja Marathon aqui perto, pelas 17:30. Vai haver um pequeno footing, de cerca de meia-hora. Não se assuste que o Benoit vai apenas correr a esta velocidade a que estamos agora.
Deu mais uns pormenores, despediu-se e ficou para trás. Com certeza para apanhar boleia de outro atleta.
Original.

Jorge Moniz às 13:15 |