(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



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as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



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o passado

 
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terça-feira, maio 20, 2003



A Republica é laica.
Esta é uma ideia de base, posta ca' em pratica, essencialmente desde o inicio do século XX. Quer dizer que o Estado respeita a liberdade religiosa de cada um, não interferindo.
Não souberam foi prever os efeitos de uma imigração muçulmana em massa e sobretudo, do radicalismo que nasceu, afinal, ha' poucos anos. As imigrantes argelinas que vieram para ca' ha' 20 anos nunca usaram véus nem trajes tipicos, aqui ou la'.
A questão esta' na actualidade porque o governo quer fazer cumprir uma norma que ja' existe ha' algum tempo: nas fotografias do BI deve-se estar de "cabeça nua". E qualquer muçulmana cidadã francesa devera' respeitar esta norma. Alguns apontam que as freiras têm sido também uma excepção e delas não se fala...
Outra questão é que é proibido "impor" a sua religião aos outros. Alguns governantes fazem uma interpretação alargada desta norma, dizendo que nas escolas as raparigas muçulmanas também não podem usar véu (proibiriam um fio com uma cruz?). E aqui a polémica ja' sobre de tom.
Ha' quem lembre que o véu não é a questão de fundo. O facto é que o Estado não pode financiar os cultos religiosos. Para os cristãos não ha' problema porque as suas igrejas ja' estão construidas ha' muito tempo (quando o Estado não era laico). Agora a crescente comunidade muçulmana tem dificuldades em construir as suas mesquitas, até porque tradicionalmente não é muito abastada. Resultado: as mesquitas são financiadas pelo governo da Arabia Saudita e outros regimes ainda menos simpaticos, que têm interesse em estender os seus novos radicalismos religiosos. E desta questão o governo não fala.

Jorge Moniz às 12:00 |