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terça-feira, maio 20, 2003
A Republica é laica.
Esta é uma ideia de base, posta ca' em pratica, essencialmente desde o inicio do século XX. Quer dizer que o Estado respeita a liberdade religiosa de cada um, não interferindo.
Não souberam foi prever os efeitos de uma imigração muçulmana em massa e sobretudo, do radicalismo que nasceu, afinal, ha' poucos anos. As imigrantes argelinas que vieram para ca' ha' 20 anos nunca usaram véus nem trajes tipicos, aqui ou la'.
A questão esta' na actualidade porque o governo quer fazer cumprir uma norma que ja' existe ha' algum tempo: nas fotografias do BI deve-se estar de "cabeça nua". E qualquer muçulmana cidadã francesa devera' respeitar esta norma. Alguns apontam que as freiras têm sido também uma excepção e delas não se fala...
Outra questão é que é proibido "impor" a sua religião aos outros. Alguns governantes fazem uma interpretação alargada desta norma, dizendo que nas escolas as raparigas muçulmanas também não podem usar véu (proibiriam um fio com uma cruz?). E aqui a polémica ja' sobre de tom.
Ha' quem lembre que o véu não é a questão de fundo. O facto é que o Estado não pode financiar os cultos religiosos. Para os cristãos não ha' problema porque as suas igrejas ja' estão construidas ha' muito tempo (quando o Estado não era laico). Agora a crescente comunidade muçulmana tem dificuldades em construir as suas mesquitas, até porque tradicionalmente não é muito abastada. Resultado: as mesquitas são financiadas pelo governo da Arabia Saudita e outros regimes ainda menos simpaticos, que têm interesse em estender os seus novos radicalismos religiosos. E desta questão o governo não fala.
Jorge Moniz às 12:00 |
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