(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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quarta-feira, julho 09, 2003



O desporto nacional dos franceses é os saldos. As senhoras mais radicais até metem um dia de férias, para o passarem inteirinho nas lojas. Começam a 30 % e chegam aos 70 %. E não é só no vestuário: também mobiliário, electrodomésticos, etc. Há uma imagem de um hipermercado a levantar as portas metálicas e as pessoas a rastejarem por baixo assim que têm espaço e a correrem para os produtos desejados. Um tipo estica os braços para abraçar duas televisões e ainda mete uma perna em cima de outra para tentar evitar que o outro que acaba de chegar lhe toque. Gritos, empurrões, etc.
Lojas como a YSL, a Hermès e afins mandam convites a alguns clientes para os primeiros dias (nem pensar em meter cartazes a dizer "saldos", não é bem e não queremos multidões). A partir daí, porteiros limitam as entradas das pessoas que fazem fila às dezenas na rua. Quem mora nos arredores até pede a um amigo para lhe ir guardar vez para a fila às 7 da manhã.

Jorge Moniz às 10:29 |