(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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quarta-feira, agosto 06, 2003



Sabes?, melhor do que adormecer ao teu lado é acordar ao teu lado.
Primeiro vêm aqueles instantes de olhos fechados em que ainda não sei bem onde estou. Depois ouço uma respiração. Pouco a pouco reparo que afinal são duas e a ritmos diferentes. Com a sagacidade possível no momento concluo que uma delas não é minha. É nessa altura que me lembro. Abro os olhos e fico. A olhar para ti enquanto dormes. A ver os meus dedos resistirem à ordem de se afastarem do teu cabelo. Para não te acordar. E eu fico. E vejo-te (nesta altura queria ter pronúncia do norte). E olho-te. E leio os teus sonhos nas pálpebras fechadas.

Porque eu acordo sempre primeiro.

(De seguida saio rápida e silenciosamente da cama para ir à casa-de-banho - há pragmatismos que não se compadecem com estas coisas. Mas volto já! Ou então vou fazer o pequeno-almoço.)

Esfregas os olhos e sorris-me.
Bom dia.

Jorge Moniz às 09:33 |