(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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segunda-feira, novembro 17, 2003



As folhas de todas as cores amarelas, castanhas, verdes, brancas que vão caindo com o vento de Outono têm os seus inconvenientes. Para já, quando se lhes junta a chuva ou o orvalho da manhã, as pessoas têm de ter um certo cuidado para não escorregar nos tapetes que se formaram durante a noite. Mais complicada é a vida dos comboios: as folhas molhadas nos carris fazem com que eles patinem. Por causa disso têm de arrancar e parar mais suavemente, o que provoca atrasos. Excepto nas zonas onde existem umas locomotivas de limpeza com pequenos jactos de água a alta pressão, que nesta altura do ano chegam a fazer 400 km por dia.
De qualquer maneira, em cada rua de Paris, árvore a árvore, já começou a poda. Mesmo sem terem caído todas as folhas. Ao lado, uma máquina tritura os galhos e cospe-os para cima de uma camioneta (questão de compactação, densidade a granel).
Lá para Março ou Abril virão mais folhas, mas nessa altura já cá não estou para ver. Entretanto, como cada francês é um jardineiro amador, não vão faltando flores e outras folhas menos caducas em todos os canteiros e em muitas varandas. Sempre dão a cor que falta aos prédios.

(não gosto nada da maneira como isto está escrito, mas vai mesmo assim que não estou com paciência para revisões)

Jorge Moniz às 09:51 |