(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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quinta-feira, novembro 20, 2003



Em rigoroso exclusivo, passamos a transcrever um excerto da gravação de uma escuta telefónica efectuada há mais de um ano:
- Tou? Bin?
- Sim.
- Ó pá, não te queria incomodar, mas era só para te pedir que parasses de matar americanos.
- Isso parace-me um bocado complicado ó W.
- Então se não queres parar, mata-os noutro sítio pá. Temos embaixadas e turistas por todo o mundo...
- Ó W, eu já mandei abaixo umas quantas e é uma chatice. Mete muitas viagens, é preciso comprar guias turísticos de cada país, aprender a língua local, tudo isso custa dinheiro! Isto para não falar nos explosivos que andam com os preços pela hora da morte.
- Mas ouve lá: então e se eu te arranjasse assim uma espécie de zona de caça só para poderes matar alguns infiéis?
- Agora já estás a falar a minha língua...
- Digamos, assim não muito longe de ti, sei lá, por exemplo no Iraque. Mando para lá uns quantos dos nossos imigrantes em busca de nacionalidade americana e assim tu podes brincar às explosões e eu vou-me livrando dos sacanas.
- Olha que dizem que és burro mas afinal...

Jorge Moniz às 12:54 |