(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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quarta-feira, novembro 19, 2003



Vinha hoje de manhã num túnel do metro, quando ouço o som de alguém a tocar acordeão. Até aqui nada de especial. A música não me é estranha, mas tenho alguma dificuldade em reconhecê-la. Talvez com um ritmo um pouco diferente... e de súbito lembro-me. Daquele velhote que está na Rua Augusta a tocar sempre as mesmas notas num órgão de sopro vermelho (não sei se este é o verdadeiro nome do instrumento, mas se é, é de facto um baptismo infeliz). A diferença estava realmente no ritmo, porque o velhote costuma parar ao fim de todas as 3 a 5 notas para respirar durante uns largos segundos.

Jorge Moniz às 17:10 |