quarta-feira, fevereiro 25, 2004
Cabarets de Paris: Au Lapin Agile
Cabaret é uma palavra francesa que significava originalmente taverna ou estalagem. Durante o século XIX, tornaram-se populares em vários países da Europa locais onde havia comida, bebida e entretenimento. Nasciam os cabarets artistiques, em que jovens artistas mostravam o seu trabalho a pessoas sentadas à mesa e não numa plateia. Podia-se assistir a música, poesia, humor, dança, etc. Nalguns casos até hoje.
É o caso deste cabaret situado na encosta norte de Montmartre, onde se cruzavam escritores, poetas, músicos, actores, pintores, escultores, na altura desconhecidos, mas que depois se vieram a chamar Picasso, Utrillo, Braque, Modigliani, Guillaume Apollinaire, Max Jacob, Roland Dorgelès, Caran d’Ache, etc. Frédé tocava guitarra e violoncelo e cada um cantava, tocava ou recitava obras de sua autoria ou canções populares.
No início chamava-se Cabaret des Assassins, até que um dia o caricaturista André Gill pintou na fachada um letreiro com um coelho saltando dum tacho, "Le lapin à Gill", que foi subvertido em "Lapin Agile".
Hoje em dia o público é maioritariamente constituído por turistas, que assistem e participam num espectáculo de "canção, humor e poesia".
A história mais extraordinária que ali aconteceu tem por protagonista alguém chamado Boronali. Este pintor fictício apresentou no Salão dos Independentes uma tela abstracta chamada "Pôr-de-Sol no Adriático", obtendo sucesso junto dos críticos de arte. Até que se veio a saber que tinha sido feita em frente do Lapin Agile, pelo burro de Frédé, a cujo rabo eles tinham atado um pincel.
Jorge Moniz às 11:58 |
|