(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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segunda-feira, fevereiro 09, 2004



É um facto que andam muitos espanhóis a comprar terrenos na zona do Alqueva, na maioria dos casos para olivais intensivos. Os alentejanos, na maioria, dizem que preferem esperar para ver, porque não têm a experiência do regadio, etc... Ou seja, tanto tempo a pedir água para agora venderem os terrenos porque não querem aprender a trabalhar com ela. A preferência habitual pelo dinheiro imediato em vez do investimento.
Isto é a reflexão típica de português a lamentar-se dos seus. Na realidade, apenas 5 % dos terrenos disponíveis naquela zona foram comprados por espanhóis. E há outras histórias, como a que ouvi ontem de um calceteiro de Moura que comprou barco e rede e aprendeu a pescar ao fim-de-semana na barragem. Diz que neste lado há mais peixe do que naquele, sem nenhuma razão em especial, e pesca sobretudo lúcio, que aparece em grande abundância. Os espanhóis, esses, parece que vêm mais pelo lagostim. Entretanto até uma gaivota solitária já por lá anda.

Jorge Moniz às 11:55 |