(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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quinta-feira, abril 22, 2004



Ouvi de manhã na rádio comentarem um estudo americano que apresentava uma estatística segundo a qual os poetas morrem mais novos do que os outros escritores.
Em conversa posterior comentava-se que era apenas natural - fornos a gás, pulsos cortados na banheira, etc...

O governo adverte que poemar é perigoso para a saúde.

Ora eu por mim tenho a declarar que já abandonei essa perigosa actividade há muitos anos (versos de dedicatória em livros oferecidos não contam – tá calada Rita!) e agora apenas me dedico a usar toda a extensão de cada linha no monitor.

(de qualquer maneira, muito do que por aí vou vendo é apenas prosa com muitos enters)

Jorge Moniz às 16:30 |