(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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segunda-feira, abril 19, 2004


Às vezes penso...
... que gostava de ter umas amnésias selectivas. Para poder voltar a ouvir algumas músicas pela primeira vez, surpreender-me de novo com a história de alguns filmes, conhecer de novo algumas pessoas e fazer tudo diferente, ir a sítios, cidades, praias que conheço bem, como se fosse tudo novo.
Provar o primeiro pastel de nata, dar o primeiro beijo (amar não conta – é sempre a primeira vez), aprender a tocar os "parabéns a você" no piano e pensar que já sou um Richter, entrar pela primeira vez no mar, aprender a andar de bicicleta com rodinhas.

Como isto não é possível, limito-me a procurar (com maior ou menor sucesso) tudo aquilo que ainda não fiz.

Jorge Moniz às 21:51 |