(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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quarta-feira, maio 12, 2004



Um galho de uma árvore à beira do rio. Que se partiu porque a árvore já estava podre e se viu a seguir com a corrente. Pelo caminho tem o instinto natural de parar, junto a uma margem, ou de encontro a uma rocha. Mas é muito difícil de acertar. E quando o consegue isso é apenas uma solução temporária, porque logo o rio se agita mais, ou chega outro galho que lhe acerta em cheio e o leva de novo para a corrente. Ele, eles deixam-se seguir. A ver onde vai, vão dar. Talvez haja uma cascata, uns rápidos que o, os desfaçam. Talvez haja o mar que os afaste ou aproxime.

Jorge Moniz às 23:56 |