(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

This page is powered by Blogger.

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com















sexta-feira, julho 30, 2004


Em voz baixa às 4 da manhã
- Escreve-me uma carta.
- Uma carta? Para quê?
- Para me dizeres coisas bonitas.
- Mas eu digo-te coisas bonitas ao ouvido.
- Pois dizes, mas é diferente, é para quando não estamos juntos.
- Mas eu também te digo coisas bonitas ao telefone...
- Chato, pá! Já ouviste falar de telefonemas de amor? Não, pois não? Só há cartas de amor.
- Hummm... e sms de amor? Também há!
- Mas são curtinhas e eu não gosto dos k e das outras abreviaturas.
- Está bem, mas olha que eu tenho pouco jeito para escrever, vai sair ridícula...
- E depois? É assim mesmo que se querem as cartas, já dizia uma pessoa qualquer.
- Pronto, pronto, vou pensar nisso... Olha: pode ser um post?

Jorge Moniz às 21:53 |