(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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terça-feira, fevereiro 22, 2005


Ainda as eleições
Parece-me que anda aí muita confusão no que toca a esquerdas e direitas, com gente a dizer que parece que estamos em 1975 e a queixarem-se do peso do BE, um partido supostamente trotskista.

O que se esquecem é que todos os partidos se têm deslocado desde 1975 (ver figura). Lembremos que na altura o CDS se proclamava de centro (porque por razões óbvias ninguém podia dizer que era de direita) e o PSD falava em políticas muito mais "esquerdistas". E o que é certo é que Freitas do Amaral se deslocou menos para a esquerda do que o CDS para a direita, pelo menos em termos declarados (outra coisa é a ideologia dos membros dos partidos).
Acusar o BE de ser trotskista devido às origens ideológicas dos partidos de que é composto, é como acusar o PS de hoje ser literalmente socialista.
E quanto a o país ter virado à esquerda, convém notar que na maioria dos assuntos o PS e o PSD defendem a mesma coisa. Têm mais em comum do que em separado. E a maioria das pessoas moderadas pode sempre votar num ou noutro, se excluirmos o factor clubismo.



Já agora é interessante a correlação feita num estudo divulgado no Expresso deste Sábado sobre a relação entre o aumento do desemprego e a votação no partido que estiver na oposição. Até sei de famílias inteiras que votaram PS porque um dos seus membros perdeu o emprego por causa das restrições da Manuela Ferreira Leite. Não se deve menosprezar o raciocínio de um desempregado.

Jorge Moniz às 12:14 |