(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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segunda-feira, janeiro 15, 2007


A casa-de-banho é por excelência um local de reflexão.
Há quem o consiga fazer também no caminho para o trabalho. Mas não é a mesma coisa. Se vamos de carro, há o rádio ligado. Se vamos de transportes ou a pé, há outras pessoas a observar e estudar.
No resto do dia temos o cérebro entretido, por isso aqueles minutos em que nos fechamos na casa-de-banho, de manhã, a meio do trabalho, à noite, são diferentes. Não há nada a fazer a não ser olhar para as paredes, contar azulejos, ou esfregar o sabonete. Tudo tarefas com que o cérebro pode lidar de forma inconsciente. E deixar a consciência saltar de neurónio em neurónio aleatoriamente. É na casa-de-banho que aparecem ideias novas, que nos lembramos de algo esquecido, que resolvemos um problema.
Nos tempos dos trabalhos de grupo na universidade, chegávamos a estar os quatro bloqueados em frente ao computador. Um colega meu tinha de ir à casa-de-banho e quando saía de lá uns minutos depois dizia "já sei".

Ontem durante o banho tive uma epifania. Vou ressuscitar o blog.
(só depois pensei se teria alguma coisa a dizer)

Jorge Moniz às 21:05 |